A médica Mariana de Lima Alves, que está sendo investigada pelo CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) por publicações ofensivas sobre os próprios pacientes, foi afastada das atividades na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade de Almirante Tamandaré (PR).
A prefeitura lamentou o ocorrido e afirmou que a conduta da médica "é diferente destas publicações". Mariana foi contratada por meio de uma empresa terceirizada, para realizar plantões médicos todas as terças-feiras na UPA da cidade.
"Segundo os colegas, sempre atendeu todos os pacientes com muito respeito e simpatia, sem reclamações por parte da população. Não tínhamos conhecimento destas publicações até o momento", afirmou a gestão municipal.
A médica está suspensa das atividades "até que tudo seja esclarecido". "Se comprovada conduta irresponsável, que fere os princípios éticos do exercício da profissão, a mesma será desligada da equipe de plantonistas", finaliza comunicado.
Mariana está sendo investigada pelo CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) após uma série de publicações no Twitter reclamando da conduta dos próprios pacientes. Capturas de telas dos comentários ofensivos atribuídos a ela circulam nas redes sociais.
As publicações teriam sido realizadas ao longo de abril e maio. A mais recente é de sábado (21), em que a médica afirma que o paciente tem que ser "muito filha de uma p***" para ir à 1h da manhã no pronto-socorro por infecção urinária. Não tem outra expressão para descrever", dizia a postagem publicada à 0h53.
Outra imagem mostra a mesma conta criticando gestantes, no dia 17 de maio às 14h14. "As gestantes são tudo referenciadas de maternidade porta aberta e vem para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] quando começa a parir. P*** que pariu, mulher. Me deixa em paz", escreveu ela.
No dia 11 de maio, às 15h27, outra publicação também chamou atenção dos usuários das redes sociais. "Hoje o paciente virou para mim e disse: 'O meu problema é que eu tenho duas amígdalas'. Amígdalas is the new [é o novo] 'eu tenho tireoide'", publicou Mari Lima.
Em abril, no dia 17, às 9h14, ela ainda comentou: "Qual a tara de vir no pronto-socorro num feriado por uma coisa que você já tá sentindo há mais de 30 dias."
O perfil de Mariana foi deletado da rede social.
Em mensagem ao UOL, na noite desta terça-feira (24), a médica disse reconhecer o erro de suas publicações sobre o ocorrido em seus plantões, mas alega que "a forma de indignação foi pensando no bem estar geral dos pacientes".
"As mensagens foram escritas em desabafo em momento de estresse e cansaço. [...] Entendo que todos mereçam ótimo tratamento e foi assim que sempre agi, porém sempre me preocupei que pessoas com sintomas que deveriam ser tratados em UBS e serviços ambulatoriais pudessem causar filas que gerassem risco ao atendimento de pessoas em situações de urgência/emergência."
UOL
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