A conta de energia ficará mais cara no Rio Grande do Norte a partir de segunda-feira (22). O reajuste será de 8,14% para os consumidores residenciais da Neoenergia Cosern, que atende cerca de 1,58 milhão de unidades.
Para os consumidores de alta tensão, como indústrias e empresas de grande porte, o aumento será de 7,05%, enquanto que para os pequenos negócios que se encaixam como consumidores de baixa tensão, o aumento será de 8,08%. O reajuste tarifário foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e deverá se refletir também no preço dos produtos e serviços e reduzir a competitividade das empresas.
É o que apontam as Federações da Indústria (Fiern) e do Comércio e Serviços (Fecomércio/RN). Roberto Serquiz, presidente da Fiern, relembra que, ainda que a variação tenha sido menor que o reajuste dos consumidores residenciais, o aumento para a indústria representa um desafio às empresas, visto que os gastos com energia elétrica podem superar os 44% dos custos de produção, segundo pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
“Assim, a competitividade das indústrias está ligada diretamente aos custos e qualidade do fornecimento de energia elétrica, e este aumento inevitavelmente será repassado aos valores finais dos produtos, pressionando ainda mais os consumidores”, declarou.
Serquiz relembra que um estudo da ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores de Energia) apontou que 31% do preço final do pão é a energia; o leite sente um impacto ainda maior – 31,3% do preço final é energia. “Manteiga, queijo e iogurte, 26,2%; carnes e o leite – 33,3% do preço da gôndola é energia, concluindo que o peso da energia representa 23,1% do preço final da cesta básica”, completa.
Ele destaca que a energia consome, no RN, uma média de 13% da renda das famílias e que o aumento do reajuste acima da inflação representará para famílias uma real perda do poder de compra que poderá ser sentido, indiretamente, no comércio local.
Com isso, a Fecomércio/RN também se mostra preocupada com o aumento tarifário. O presidente da entidade, Marcelo Queiroz, ressaltou que mesmo se tratando de um aumento autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e que levou em conta diversos fatores envolvidos na operação, os setores de Comércio de Bens e Serviços sofrem em duas pontas. A começar pela perda do poder aquisitivo das famílias, que gera a queda no consumo.
“Além disso, o aumento de 8,08% para os consumidores de baixa tensão, que representam a maior parte do Comércio e Serviços no RN, será consequentemente sentidos nos preços dos produtos, o que já pode ocorrer a partir de junho, tendo em vista que o reajuste entra em vigor na próxima segunda-feira (22)”, alertou o dirigente da Fecomércio.
Ele acrescenta que a competitividade das empresas fica prejudicada. “Ao observar o cenário econômico em que o Rio Grande do Norte se encontra, entendemos que o incremento dos custos da energia elétrica é um fator que reduz a competitividade do estado.”
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