A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta sexta-feira (16) a antecipação de 8 milhões de doses de vacinas contra covid-19 para o Brasil através do consórcio Covax Facility, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A informação foi passada à CNN por Marlova Noleto, coordenadora da ONU no Brasil, após encontro com governadores.
Na próxima semana, o consórcio irá definir se virão doses da vacina da Pfizer ou da vacina de Oxford para o Brasil. “Foi uma reunião muito produtiva. Serão 4 milhões de doses para abril e mais 4 que a OMS tenta antecipar para o mês de maio. Vacinas são um bem escasso. Mas o consórcio está fazendo uma gestão e direcionando as doses para quem mais precisa.”
O anúncio da antecipação das doses foi feito pela secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohammed, e pelo assistente do diretor-geral da OMS,Bruce Aylward. 24 governadores e três vices participaram do encontro virtual. O Brasil recebeu pouco mais de 1 milhão de doses dos 42 milhões contratados junto ao consórcio Covax.
Noleto destacou que, no encontro, os representantes globais da ONU e da OMS destacaram a “grande preocupação do mundo”com o Brasil, que vive recordes de óbitos, mortes e é celeiro da variante P1, uma versão mais contagiosa do mundo. “O momento do Brasil é muito difícil. Foi feito um apelo da comunidade internacional para que o Brasil adote medidas que permitam reduzir essa curva tão alta de casos. Só a vacinação não irá resolver os problemas do país”.
A representante da ONU no Brasil também destacou que as Nações Unidas atenderão os apelos dos governadores por uma melhor interlocução com a China para facilitar a exportação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), que é a matéria-prima usada na produção das vacinas de Oxford, pela Fiocruz, e Coronavac, pelo Butantan.
“A questão com a China está superada, com a chegada do novo chanceler Carlos França. O Brasil está conversando diretamente e a ONU apoia esses esforços de negociação”, afirmou.
Antes do encontro, o Fórum de Governadores encaminhou uma carta para as Nações Unidas cobrando ajuda humanitária para o Brasil, lembrando que o país já auxiliou outros países em situações de extrema gravidade.
A proposta para a agenda com a ONU surgiu na primeira reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia de Covid-19 em março e foi encabeçada pelo governador do Piauí Wellington Dias, coordenador da temática de vacinas no grupo dos chefes dos Executivos estaduais.
CNN Brasil
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