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Getúlio Rêgo: 'A possibilidade de Leonardo participar de alguma disputa em 2022 é real'


O deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM) cedeu uma entrevista ao jornalista César Santos, em seu gabinete na Assembleia Legislativa, onde está há 38 anos ininterruptos ocupando mandato eletivo pelo Rio Grande do Norte. Eleito pela primeira vez em 1982, com votação concentrada em cidades como Pau dos Ferros, Portalegre, Umarizal, Caraúbas, Riacho da Cruz, entre outras da região do Alto Oeste, Getúlio reelegeu-se para as legislaturas de 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018.


Segundo o parlamentar, ele não pretende deixar a política. Pelo menos não agora. Na entrevista, Getúlio Rêgo afirma que está motivado para disputar a sua 11ª eleição, no pleito de 2022. “Apesar da idade mais avançada, graças a Deus tenho uma boa saúde física, mental e uma grande disposição para trabalhar”, disse.


O deputado, que é um dos fundadores do PFL (hoje DEM) no Rio Grande do Norte, destaca sua lealdade ao partido ao longos de sua trajetória política, diz que o desejo é permanecer filiado à legenda, mas admite a possibilidade de sair do partido caso o Democratas não se viabilize para as eleições de 2022.


A entrevista foi gravada antes da votação, na Câmara dos Deputados, do projeto de reforma eleitoral que autoriza o retorno das coligações proporcionais em 2022, medida defendida por Getúlio Rêgo. “Se não houver mudança drástica em função da proibição das coligações, está no nosso horizonte a possibilidade de fazer uma migração partidária”, chegou a afirmar o deputado.


O deputado também afirma que seu filho, Leonardo Rego, ex-prefeito de Pau dos Ferros, pode sair candidato em 2022. “É como eu digo sempre, Leonardo é jovem, tem um nome muito representativo, de eficiência na administração, e lógico a possibilidade dele participar de alguma disputa nas eleições no próximo ano ela é real, poderá acontecer, mas isso sem pressa. Ele vai aguardar o momento oportuno para poder haver manifestação.”


Confira a entrevista completa:


Deputado, o senhor já tem uma definição do seu projeto político para as eleições de 2022? Qual vai ser o caminho que o senhor e o seu grupo tomarão?

Nós estamos no aguardo da modificação da legislação eleitoral em discussão no Congresso Nacional para poder visualizar um cenário mais claro para as eleições de 2022. Por parte da população da minha região, ainda tem uma expectativa que a gente possa disputar a 11ª eleição em 2022 e eu estou motivado para isso, porque apesar da idade mais avançada, graças a Deus tenho uma boa saúde física, mental e uma grande disposição para trabalhar como médico. Após a estabilização dessa pandemia do coronavírus, nós estamos progressivamente retomando as atividades no interior do estado e esperamos que até o final do ano tenhamos em toda plenitude a possibilidade de exercer a profissão de médico de forma integral, principalmente nas minhas viagens ao interior do estado.


O senhor já tem uma posição se vai disputar um novo mandato pelo partido tradicional do qual o senhor faz parte desde a década de 1980 ou há a possibilidade de o senhor mudar de partido para viabilizar a sua reeleição?

Na minha visão, farei todo o esforço para preservar a minha coerência partidária. Eu fui membro da formação do Partido da Frente Liberal (PFL) em 1985, sob a liderança do então governador José Agripino e hoje presidente estadual do Democratas, que sucedeu ao PFL, e uma das coisas que eu mais cultivo é manter a lealdade, a fidelidade e a coerência partidária. Então ficaria muito feliz se a mudança na legislação eleitoral possibilitasse disputar pela 11ª vez uma eleição para deputado estadual no mesmo abrigo partidário, mas evidente, tendo em vista se não houver mudança drástica em função da proibição das coligações, está no nosso horizonte a possibilidade de fazer uma migração partidária para fortalecer a perspectiva de mais uma vez conquistar o mandato como representante do povo do Rio Grande do Norte na Assembleia Legislativa.

O senhor já discutiu essa condição com o presidente do partido, o ex-senador José Agripino Maia?

Sim, tivemos uma conversa pessoal íntima e manifestamos isso. É evidente que nós temos que ter a humildade de reconhecer a fragilidade da nossa agremiação no estado, em função dos últimos resultados eleitorais. Fazendo uma autocrítica dessa nova situação, nada melhor do que reconhecer as limitações em poder disputar uma eleição para deputado estadual de forma isolada, sem uma nominata que garanta atingir o quociente eleitoral exigido pela legislação. Eu tenho informações que a matéria eleitoral que tramita no Congresso tem boas perspectivas de mudança e isso aí me daria o conforto de permanecer no partido, preservando a minha total coerência partidária, que tenho exercitado ao longo dos anos.

Ou seja, se o Democratas não se viabilizar, o senhor buscará a melhor possibilidade?

A política é muito dinâmica, ninguém sabe como é que vai ser o rumo da política no próximo ano ainda, principalmente nessa ainda indefinição da nova legislação ou a preservação do atual modelo de representação proporcional (a PEC da reforma eleitoral aprovada na Câmara dos Deputados, ainda precisa ser votada em duas turnos no Senado). Eu ficaria muito feliz se pudesse permanecer no partido, cultivando essa tradição de equilíbrio dentro da estrutura partidária e de valorizar muito aquilo que a gente tem sempre colocado como bandeira da nossa luta, preservar a legitimidade de mandatos, adquiridos através da representação partidária e dizer da nossa satisfação de termos sido protagonista de mudanças importantes na vida política nacional, quando representante como delegado da Assembleia do Rio Grande do Norte no colégio eleitoral que reelegeu Tancredo Neves nas eleições em que derrotou Paulo Maluf.


O grupo do senhor sofreu uma derrota significativa na região do Alto Oeste com a não reeleição do prefeito Leonardo Rêgo. Até que ponto o resultado das urnas em 2020 pode impactar o projeto do seu grupo em 2020?

Nós temos absoluta tranquilidade e inclusive gratidão ao povo de Pau dos Ferros. Leonardo participou de cinco eleições, venceu quatro. Nós estamos no lucro e temos consciência do papel importante que ele exerceu como gestor do município mais importante do médio e alto oeste do Rio Grande do Norte. Leonardo é reconhecido até pelos nossos adversários e fez uma administração que colocou Pau dos Ferros num patamar bem mais elevado do que antes dele assumir em 1º de janeiro de 2005. Ele organizou a cidade do ponto de vista urbanístico, fez a autoestima do povo de Pau dos Ferros crescer de forma substantiva. Enquanto foi gestor do município, a cidade deu saltos importantes no desenvolvimento, ele organizou não só a parte urbanística, mas a parte de estrutura física, de equipamentos da saúde, na educação, atraindo para Pau dos Ferros o Instituto Federal de Educação, a UFERSA, numa luta que ele tomou com a participação da bancada federal e Pau dos Ferros cresceu de forma absolutamente vitoriosa nos últimos tempos. Esperamos que a prefeita eleita possa corresponder a expectativa de mudança que ela tanto destacou no processo eleitoral e que Pau dos Ferros continue a merecer o crescimento progressivo, e que organize a Prefeitura cada vez mais para fazer a cidade crescer com muito mais pujança, com muito mais desenvolvimento e com justiça social.

Mas nesse início de governo, são oito meses, qual a avaliação que o senhor faz? Essa proposta de mudança, é uma proposta que vai ser boa para Pau dos Ferros?

Nós tínhamos ficado silenciosos durante pelo menos seis meses em relação ao desempenho da prefeita Marianna, uma prefeita jovem, que colocou como destaque do seu palanque eleitoral mudanças expressivas em vários setores da administração e não nos resta agora a não ser ouvir o povo. Os reclames estão sendo permanentes, as promessas que ela destacou no debate eleitoral estão sendo frustradas. Mas acho que é muito cedo ainda, nós precisamos dar um tempo. A Prefeitura de Pau dos Ferros a partir de janeiro sofreu um avanço espetacular no repasse de verbas federais, do Fundo de Participação, a população ultrapassou 30 mil e a partir de janeiro houve um upgrade.

Um incremento de receitas expressivo então...

Isso. Houve um incremento de receita municipal de transferências federais nunca vistos na história. Tudo que aconteceu de janeiro para cá em relação a 2020 foram expressivos repasses federais e não só por causa da pandemia, mas principalmente pela verba constitucional, que é o Fundo de Participação. A Prefeitura estava organizada, na sua frota, por exemplo, que Leonardo recebeu totalmente sucateada e deixou renovada, e recurso de orçamento da União disponível para a continuidade de obras que infelizmente foram travadas em função dos projetos originais terem sido do pensamento da equipe de Leonardo. Hoje a população começou a reclamar, e tendo dinheiro em caixa de convênios federais se paralisou obras, uma atitude que não nos parece republicana. Ficamos tristes por ver obras como Serrote do Jatobá, que seria um polo de atração turística e religiosa para Pau dos Ferros e para região, paralisadas tendo dinheiro em caixa.


Deputado, há alguma possibilidade do seu filho, Leonardo Rêgo, ser candidato nas eleições de 2022?

É como eu digo sempre, Leonardo é jovem, tem um nome muito representativo, de eficiência na administração, e lógico a possibilidade dele participar de alguma disputa nas eleições no próximo ano ela é real, poderá acontecer, mas isso sem pressa. Ele vai aguardar o momento oportuno para poder haver manifestação.

Para finalizar, o senhor enumerou obras importantes, e de fato foram obras importantes para Pau dos Ferros nas gestões do ex-prefeito Leonardo Rêgo. Por que que o cidadão lhe negou um novo mandato?

Nós assumimos uma postura de não lamentarmos o não êxito de Leonardo na sua quarta postulação à Prefeitura de Pau dos Ferros. Ele foi o prefeito mais jovem da história da cidade, e isso está cravado na história de Pau dos Ferros. Ele teve o reconhecimento da população em várias oportunidades e como as eleições são um processo democrático, as mudanças que ocorrem por vontade da maioria do pessoal têm que ser respeitadas e não vamos aqui chorar as lágrimas do dever não cumprido. Nós temos ciência que tudo foi feito com muita lisura, com muita seriedade, a Prefeitura foi reorganizada. Pau dos Ferros não tinha no passado assessoria jurídica, não tinha programas fiscais, não cobrava IPTU, ISS e tudo isso foi posto, com muita dedicação, muito trabalho, por uma equipe que se organizou para projetar Pau dos Ferros para o futuro, e esse futuro já chegou desde a sua primeira gestão. Nós vimos aí como exemplo obras espetaculares como a Praça de Eventos, a maior praça do Rio Grande do Norte, as festas, como a FINECAP, se agigantarem no contexto de ser uma das maiores expressões de participação popular nos eventos, e então nós estamos mais do que felizes por isso e muito gratos ao povo de Pau dos Ferros. Sempre seremos muito compelidos a trabalhar em dedicação, com muito amor, por tudo que disser respeito às aspirações e aos projetos de interesse de Pau dos Ferros.


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