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O dia depois do 7 de setembro



Eis que começo está coluna com o fato político do momento: as manifestações do 7 de setembro. Costumo falar, que no momento dos atos de manifestação, pouco conseguimos avaliar seus resultados pois tudo ainda estará confuso. É como uma onda que passa e joga areia para cima, é preciso esperar a poeira ir baixando para que possamos começar a enxergar os próximos movimentos.


A política é como um xadrez, as peças vão se movimentando conforme a jogada dos oponentes, e até dos aliados. Aliados estes que podem a qualquer momento pular de lado, e virarem seu maior inimigo.


Bolsonaro apostou forte nas movimentações do dia sete de setembro. Ele que vinha com sua aprovação em queda, um aumento da rejeição e também sendo pressionado por processos que cada vez chegam mais perto de seus aliados e também de sua família, não encontrou outra alternativa, a não ser sair para o confronto, e criar narrativas para engajar seu público.


Não se pode negar que por todo Brasil os apoiadores de Bolsonaro, tomando posse dos símbolos nacionais, invadiram as ruas e deram o seu recado. Era o que se esperava? Acredito que sim. A oposição olhava atentamente para dois movimentos: 1 - será que o movimento vai furar a bolha do bolsonarismo? e 2 - qual será o discurso do Presidente?


Respondendo ao primeiro item, o fato é que as manifestações ficaram restritas a bolha bolsonarista, tiveram respaldo do público que já acompanha o presidente nas redes sociais, e já participa dos atos desde antes de 2018, mas claro que não irei subestimar a grande capacidade de mobilização e engajamento do bolsonarismo. Mas população em geral está preocupado com pautas que vão muito além do fechamento do STF. A maioria dos brasileiros se preocupam com o que comer, com emprego, com a luz que está mais cara, com o botijão de gás que não para de subir, isso sim é importante, essas são pautas que tocam o bolso do povo, menos elitista da que levantada pela presidente no dia da independência.


Já o segundo ponto, acredito que foi o mais negativo para Bolsonaro. Atacar tão fortemente o Supremo, acaba gerando reações adversas não apenas do judiciário, mas também da classe política e assusta uma parte da população.

O presidente inclusive, por um erro o ou estratégia convocou por um momento o Conselho da República, que diga-se de passagem tem um potiguar com cadeira garantida, líder da minoria, o senador Jean do PT.


Desde do mesmo dia, vários partes se movimentavam para pressionar o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) a abrir o pedido de impeachment, o que na minha humilde opinião é difícil de avançar porque o centrão do jeito que está tá com a faca e o queijo na mão. O ministro Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, foi duro em suas palavras, mas ficou nisso, apenas palavras, e ai assistiremos se o Messias irá dobrar a aposta.


Em resumo, foi muito barulho, mas nada mudou ou aconteceu até o momento. Vamos observar as próximas pesquisas e entender como a população reagiu às cenas propagadas pela mídia e também pelas redes sociais. O que mais importa é a vontade do povo, e o povo é maior do que o bolsonarismo ou qualquer outro movimento.


A euforia é grande, mas o que importa é o sentimento da maioria e isso vamos sentir apenas com o passar dos dias e claro observar as movimentações do políticos, será que vão continuar com Bolsonaro ou abandonar o barco?

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